Parashá MASSE - Prédica José London

 

Shabat shalom.

Estamos fazendo leitura de Parashat Masse.

Última Parasha do sefer Bamidbar (4ºlivro da Torah) - Livro de números

Geograficamente, estamos no limite, alí bem na fronteira da entrada na terra de Canaã.

Essa parasha começa com uma listagem dos 42 acampamentos feitos pelo povo de Israel ao longo da travessia do deserto.

Esse relatório, feito agora...já no finalzinho dessa jornada, dá sempre uma ênfase maior a saída e não a chegada a cada uma dessas paradas.

A seguir a Parasha fala das cidades refúgios e revê algumas leis sobre herança.

Mas é nessa parasha também que é determinada a fronteira bíblica do Estado de Israel.

Essa é uma polêmica que perdura até hoje...internamente pelos ultra ortodoxos e externamente pelos tradicionais inimigos do povo judeu.

Nem mesmo com a intervenção divina, essas fronteiras foram mantidas e nem mesmo essa intervenção, nos garantiu que a terra prometida a um povo escolhido fosse um paraíso.

Fomos escolhidos sim, mas para transformar. Essas fronteiras eram espirituais e um aviso de que muita luta viria pela frente. Na parasha está escrito inclusive que nossos inimigos seriam "como pregos nos nossos olhos e como cerca de espinho a nossa volta".

Fica claro apenas que não queríamos impor hegemonias nem superioridade. Acampamos em lugares mais agradáveis e muito mais prósperos ao longo do deserto, mas não ficamos neles, o projeto não era imperialista ou dominador. Essas fronteiras foram criadas a serviço de uma fé. Naquela terra deveria permanecer somente quem estivesse disposto a seguir aquelas leis e a ninguém foi imposto isso.

Como aplicar essas experiências na nossa vida?

Se queremos alcançar uma terra prometida, temos que caminhar...caminhar muito.

E vão aparecer paradas...e essas paradas podem ser em terras secas ou até muito secas...áridas mesmo.

Podem ser longas ou breves. Podem ser em locais sem água ou com águas amargas. Mas a sabedoria é entender que há um momento para sair de cada um desses lugares, mesmo que sejam lugares cheios de sombras de tamareiras e de poços com água potável.

Nem sempre o lugar do conforto é a terra prometida.

Termina o Sefer Bamidbar...mas ainda não entramos nesse lugar.

Assim como fomos escolhidos para transformar o deserto em terra fértil e cada gota d'água num manancial...falta agora transformar as pedras do deserto em palavras.

E esse é nome do próximo livro da Torah...DEVARIM...as palavras.

Como costumamos dizer ao final da leitura de cada livro da Torah:

Chazak...chazak ve nit'chazek.

Força...força...e que sejamos todos fortalecidos.

Shabat shalom


PARASHÁ